Toda intolerância se nutre, principalmente,
da ignorância e da arrogância. O intolerante é aquele se fecha em suas opiniões
e valores. Age com a soberba daqueles que se creem donos da verdade, e
hostiliza quem é e pensa diferente. Antes de tudo, orienta-se pelo “princípio
da autoridade”, e não pelo princípio da alteridade”. Procura sempre se impor
aos outros, e nunca se colocar no lugar dos outros, olhar as coisas de outro
ponto de vista.
Um tipo de intolerância que tem
crescida entre nós é a “homofobia”. A palavra não é muito acertada. Fobia diz
respeito e um medo. Mas o que vemos é um verdadeiro desprezo, ódio destilado
contra aqueles/as que têm uma condição (ou opção) sexual diferente.
Já
ouvimos falar de hidrofobia e claustrofobia. Entretanto, nunca ouvimos falar de
alguém que, padecendo de tais males, tenha tentado exterminar a água ou o
ambiente fechado em que se encontra. Por isso, devemos ter clareza:
diferentemente do que sugere o nome, “homofobia” não é medo ou não apenas medo.
É, sobretudo, ódio, desprezo. Muitos são os que já foram agredidos ou assassinados
em razão deste mal.
Como
professor de sociologia, vem em quando, trato dos temas de violência e
intolerância com meus alunos. Toda vez que a discussão se estende até “homofobia”,
uns mostram compreensão e aceitação; outros, porém, dizem não aceitar.
Mesmo
sendo professor, nessas ocasiões, não uso do “princípio da autoridade”, e sim
do belo e necessário “ princípio da alteridade”. Nada imponho, e em tudo me
esforço para que entendam que o amor e a felicidade só crescem à sombra da
liberdade. Ninguém pode ditar a alguém como amar, quem amar e como ser feliz.
Em
verdade, quem já encontrou seu amor e felicidade – ou está sinceramente empenhado
em nessa busca – não tem tempo a perder com a vida alheia. Quem é
verdadeiramente feliz não precisa da infelicidade dos outros. Ser feliz e
deixar ser feliz. Eis uma simples e poderosa fórmula de combate às intolerâncias.
[1]
Autor dos livros Democracia no Acre:
notícias de ausência (Publit: 2014) e Desenvolvimentismo
na Amazônia: a farsa fascinante, a tragédia facínora (no prelo), também é professor
e pesquisador do IFAC/Campus Cruzeiro do Sul, onde está dos projetos de
pesquisa Miséria política no Brasil
e Trabalho, Território e Política na
Amazônia. Está à frente do Grupo de Pesquisa Trabalho, Território e Política na Amazônia – TRATEPAM.
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